Maikel Budny está na lista do transplante desde 30/04/2013

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segunda-feira, 27 de maio de 2013

Shalon

Meu problema de fígado acarreta em alguns sintomas, e o mais tenso deles são as varizes de esôfago. Isso não é uma coisa só minha, mas de qualquer pessoa com problema hepático.

Eu, juntamente com o meu anjo da guarda, dr. Marcelo Nogara decidimos que precisávamos ligar algumas varizes de grosso calibre, para ficar prontinho para o transplante. Citando dr. Marcelo: 'Seria bom vermos isso antes, pois durante a cirurgia, se sangrar alguma variz, não precisamos para o transplante para arrumar isso.'

E eu concordei, claro. Decidi fazer esse procedimento em Blumenau, com o próprio Marcelo. Como já precisava de uma Tomografia Computadorizada para ver um nódulo, aproveitei para fazer tudo na mesma semana e economizar na viagem.

A ligadura foi uma maravilha. Como já tinha feito outras vezes, sei que é traumática. Trinta dias somente com alimentação liquida, e mesmo assim sentindo dores horríveis para engolir até a saliva.

Mas dessa vez não. Foi tudo perfeito. Fiquei por Blumenau por dois dias, para acompanhamento e tudo certo. Fiz o procedimento na Terça-feira e voltei na Quarta a noite. Até aí, tudo a mil maravinha. O céu.

Quinta demanhã - O Sangramento

Acordei na quinta-feira com um enjoo terrível. Como fui ao banheiro, escovei os dentes e quando me abaixei para enxaguar a boca, sai uma gorfada de sangue. Sangue escuro. Chamei a namorada e fomos diretamente para o hospital. 

Fiquei internado por 3 dias, apesar de não ter mais nenhum episódio de sangramento. E digo, a sensação de ficar em um hospital é terrível. O tempo não passa. O celular não pega direito. Eles te enchem de acessos as veias para tomar soro, medicação e etc. Mas um homem tem que fazer o que um homem tem que fazer...

Recebi alta no sábado (25/05). Fui pra casa do meu anjo, pois não dá pra dizer que ela é só minha namorada. Se anjos existem, um deles é minha namorada. Fiquei em repouso o dia todo, com alimentação liquida e pastosa, conforme instrução da médica do hospital.

Estávamos na cama já, para acompanhar o UFC 160, quando saí correndo para o banheiro e quase que não deu tempo. Mais uma vez, vomitei sangue. Mas dessa vez foi um sangue tão vermelho quando uma Ferrari Sangue.
Voltamos para o hospital e fui internado novamente. Fiquei até hoje, e implorei para minha médica me dar alta para que eu consultasse em Criciúma, pois não achava que só remédios adiantariam muito. Depois de muito debater, ela me liberou.

O resultado da consulta

Consegui marcar uma consulta com o Dr. Josué para as 17:00 de hoje. Havia uma desistência. Alguém que se sacrificou por mim. Depois de me examinar e explicar tudo, fui liberado.

Todo esse problema de sangramento deve-se ao fato de outro sintoma do meu problema de fígado. Minha coagulação não está 100%. Qualquer probleminha eu sangro em abundancia. Até mesmo as borrachas usadas na ligadura podem ter causado esses sangramentos. E vou confessar que não comi só comida líquida. Se você chegou até aqui, merece saber.

Amanhã vou receber transfusão de Hemácias e Plaquetas para prevenir futuros sangramentos. A vamos acompanhar....

Se você não ajudou ainda, o que acha de imprimir um boletinho e pagar via internet? http://www.vakinha.com.br/Vaquinha.aspx?e=191045

segunda-feira, 20 de maio de 2013

Desculpem o formato do texto. Estou postando do celular.

Dr. Marcelo me pediu pra fazer algumas coisas antes do transplante. E eu to sendo um ótimo paciente.

Amanha (21/05) vou a Blumenau fazer uma endoscopia e secar as varizes do esôfago. Já é a terceira vez que faço essa intervenção. 

Dia 22/05, irei fazer uma tomografia para analisar melhor um nódulo no figado. Pode ser maligno ou nao. Mas to tranquilo. No fim, se for maligno, minha posição na lista vai pro topo.

Cada dia me empenho em falar pra quem eu amo o quanto eu amo. Especialmente minha filha Larissa e minha anja Leocadia. Sem esquecer dos meus amigos que tem deixado comentários positivos e palavras maravilhosas. Amo muito vocês.

Bom, acho um pouco de mimimi, até porque nao vai ser amanha que vou morrer. É um procedimento relativamente simples.

Depois mando mais notícias.

Fonte para pesquisa: http://www.hepcentro.com.br/varizes.htm

Ajude um louco
http://www.vakinha.com.br/VaquinhaP.aspx?e=191045

segunda-feira, 13 de maio de 2013

Final de 2012, meu médico de Criciúma/SC, num belo dia me diz que ele não pode fazer mais nada por mim. Dr. Leandro Avani Nunes, que me deu um diagnóstico que me agradou.

Quando temos um problema, demoramos para encontrar um médico que nos dê a noticia que nos satisfaça. Todos os outros 10 médicos que eu fui, me falaram muitas coisas.

Alguns falaram que eu morreria de velho, outros, disseram que se eu não transplantasse rapidamente eu já estaria enterrado.... Mas o Leandro foi o único que disse olhando pra mim seriamente:
'Maikel, o teu problema é sério. Nós vamos tentar tratar com medicamentos e caso não surta os resultados, teremos que procurar um transplante.'

De certa forma, essas palavras foram reconfortantes. Foram 3 anos de consultas, exames, secagem de varizes, sangramentos, dores e etc.

Até que chegou o dia que ele disse que não tinha mais o que fazer por mim em Criciúma. Lembro de ele escrevendo uma 'cartinha' para seu colega de Blumenau e me mandou procurar o Dr. Marcelo Nogara. 'Esse é o cara que pode resolver o teu problema', disse ele.

Chegamos no Hospital Santa Isabel em Outubro/2012. Depois de nos perdermos dentro do hospital, pelo menos umas 3 vezes e ver Blumenau enfeitada e cheia de chopp, conheci o cara que me deu a pior e a melhor notícia do mundo.

Eu estava ainda encantado com Blumenau, apesar de morar a 400 km de lá e já ter ido a trabalho pelo menos umas 10 vezes. Era outra cidade. Outro país. Estava em plena OktoberFest. Pessoas bebendo pelas ruas, com seus canecos nervosos. Muita musica, comida e alemon. Muitoooooo alemon.

No consultório do Dr. Marcelo, eu esperava encontrar um médico velhão, com pompa de 'eu sou o cara'. Minha namorada já tinha pesquisado tudo sobre o Marcelo. Se perguntar, ela deve saber até o RG dele. As indicações e depoimentos na internet era todos favoráveis.

Quando ele abriu a porta do consultório, um médico com seus 40 anos, eu gelei. Quando entrei no consultório, gelei mais ainda. Ele, muito calmo, sereno depois de se apresentar, já foi logo tentando acalmar a situação e perguntou o motivo de eu estar alí. Contei toda a minha vida até aquele dia.

Lembro perfeitamente do consultório simples, sem muita ostentação, como outros médicos que eu conheci. O que mais me chamou atenção no consultório, foi um iPad no canto sendo carregado. Se não me falha a memória, era um iPad 2 ainda.

Depois de ele ver todos os meus exames, sem muita delonga, foi logo dizendo: 
'Meu jovem Maikel, temos um problema sério aqui. Teu fígado está parando de funcionar. Tens o perfil para transplante. É meio ruim falar isso pra você, pois olhando pra tí, me parece uma pessoas saudável. Um jovem, forte. Tem pessoas que vem aqui, que são amarelos, magros, desnutridos... Mas tens uma bomba relógio dentro de tí. Você está bem hoje, mas não posso te garantir o amanhã. Faça tudo o que tens pra fazer, organize tudo, aproveita bem o final do ano, pois no início do ano  (2013) vamos incluir teu nome na lista de espera.'

Choro.

quarta-feira, 8 de maio de 2013

Comecei a ler um depoimento de uma transplantada.

Dona Olga Marcondes. 57 anos, com cirrose biliar. Mora em São Paulo, um grande centro médico do país. Podem ler o que eu lí aqui.

Depois de parar umas cinco vezes a leitura para cair no choro, mesmo passando na TV um dos meus programas favoritos (Simpsons), percebi que tinha coisas a explicar, esclarecer e dizer para algumas pessoas.

Entendo perfeitamente as dúvidas que ficam nas cabeças das pessoas sobre meu problema de saúde. Sei também, que existe muitos mitos sobre os tratamentos.

Mas além de tudo, exitem pessoas importantes pra mim que queria dizer algumas coisas, que não consigo dizer pessoalmente.

Apesar de ter esse jeito BRUTO como diz o Wilson Nunes, fumar charuto (não é fumar né will?), gostar de MMA, e fazer/dizer coisas de macho, no fundo sou um bobão chorão. Só de pensar nas coisas que eu quero dizer, já me dá um nó na garganta. Eu consigo imaginar as coisas que quero falar e como as pessoas receberiam isso caso eu não consiga sobreviver ao transplante. Isso tudo me dá um desespero.

Bem, vou tentar aqui no blog, explicar bem o meu problema, os procedimentos que terei que passar, a ansiedade de esperar por um doador compatível, mas principalmente deixar registrado o amor que tenho por algumas pessoas.

Então galero, me acompanhem nessa incrível aventura (espera) por um fígado novo.